sábado, 10 de janeiro de 2009

Quando Israel resolve dar um basta - Por Luis Felipe Cavalli - JERUSALÉM, 29/12/2008

As crianças da cidade de Sderot, a poucos quilômetros da Faixa de Gaza vivem há anos com o cotidiano de bombas que caem diariamente na cidade. As mais novas têm isso como parte de toda a vidinha delas, e como tema em seus desenhos e conversas na escola primária. Os pais não sabem o que fazer, além de chorar e temer por seus filhos, que têm que viver com esse cotidiano de medo e apreensão, ou tentar pelo menos se mudar pra outras áreas do país onde os mísseis não chegam... ainda.
Há poucos anos atrás, milhares de judeus israelenses foram arrancados de suas casa, pelo seu próprio país, pelo seu próprio exército, com o intuito de devolver a região de Gaza para os palestinos. Um passo doloroso porém importante, na tentativa de negociar a paz entre os dois povos. Mas o que aconteceu com Gaza? A região está uma bagunça, mal-cuidada e negligenciada pela própria população que lá agora habita. Porque seus habitantes não sabem fazer paz e não sabem por ordem nas coisas. Eles estão preocupados ou em guerrear contra si mesmos (Hamas x Fatah, há uns 23 anos atrás), ou em matar seus vizinhos. Estão preocupados em traficar armas através de túneis clandestinos ligados ao Egito. Estão preocupados em assustar e afugentar aquelas famílias de Sderot, e agora, famílias de outras cidades cada vez mais distantes de Gaza. Atualmente, os foguetes chegam a 40km quilômetros de distância e não pensam em parar. Várias cidades estão sendo atingidas em Israel, constantemente e cada vez mais.
Isso porque, por um lado, a segurança nas fronteiras aumentou e, graças a isso, diminui-se as ações dos abomináveis homens-bomba, que entravam em outras cidades como Jerusalém e Tel Aviv e levavam consigo, ante explosões, dezenas de pessoas. Agora o ataque ficou mais moderno e covarde: de suas cidades, que foram dadas por Israel, os palestinos lançam seus mísseis caseiros, chegando a atingir gente que inclusive nem está envolvida na história, como crianças da própria palestina e um trabalhador beduíno (muçulmano, também!), que vivia na cidade de Ashkelon.
Israel, por sua vez está cansado. E resolveu dar um basta nos ataques. E quando isso acontece, a mídia e parte do mundo vai contra, se diz desapontado, indignado com a ação militar israelense.
Agora, pensem comigo: que país, na história da humanidade, suportou tantos ataques e provocações de países e/ou povos vizinhos e se manteve passivo e calado? Que não revidou? Sem contar países que até sem ter motivo, atacam a outros. E aí, o mundo não reclama, não se indigna. Os Estados Unidos foi atingido brutalmente em 11 de Setembro de 2001, e revidou com todas as suas forças contra o terror, contra a afronta islâmica, e o mundo, em sua maioria sensata, aplaudiu.
Israel, por sua vez, é considerado injusto, covarde e cruel. Mas o povo israelense só quer viver em paz. O povo israelense só quer continuar sua vida se preocupando com suas PRÓPRIAS VIDAS, e não em acabar com a vida dos outros. Ele quer educar seus filhos a base da ética, da moral, alguns da Torá (o livro sagrado dos judeus), e do bom convívio com o próximo. Os israelenses não querem ensinar seus filhos a odiar o diferente, o outro, e que aquele que se mata para assassinar a outros é herói, é mártir. Não é isso que Israel quer.
Sim, Israel é mais forte, tem um exército poderoso e organizado. Mas quando um rato morde o pé de um elefante, e esse em reação pisa no rato.... de quem é a culpa? Não existem fortes e fracos, não exista talvez nem certos errados. Mas existe ação e reação, existe provocação e resposta, ataque e defesa.
Israel só quer parar com os abusos de um "vizinho" que não pára de molestá-lo. E os pais israelenses, especialmente os de Sderot, só esperam que no próximo ano escolar seus filhos venham a desenhar flores, e não bombas.

LIQUIDAÇÃO DE VERÃO SUZZARA