quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Brasil de leitores: É possível!

*Éber Sander

Quando olhamos a década passada pelo prisma da literatura, devemos comemorar. Certamente que os livros ainda não se tornaram direito adquirido da grande maioria da população, mas sinto estamos no rumo certo.
Logo no primeiro ano de seu governo, o presidente Lula assinou a chamada Lei do Livro, marco regulatório inicial para transformar o “produto” livro em política de Estado. Ano a ano, medidas foram sendo tomadas para permitir o avanço da literatura brasileira.
Em 2004, o governo fez a desoneração fiscal dos livros, abriu a Câmara Setorial (onde foi intensamente debatido o assunto livro e criada diretrizes até 2020) e lançou ainda o BNDES ProLivro, para financiar a produção literária.
Já em 2005 o país liderou as comemorações do Ano Ibero-americano da Leitura, o Vivaleitura, parceria público-privada com 100 mil ações, projetos e programas que gerou uma mobilização nunca antes vista no Brasil em torno do livro. A partir daí, nasceu o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), este foi o primeiro em mais de 500 anos de história, contando com 800 projetos e programas. Outro programa muito interessante é o Prêmio Vivaleitura, que já catalogou 10 mil ações de fomento à leitura nos quatro cantos do país.
A expectativa é que até o fim de 2010, o Ministério da Cultura zere o número de cidades sem bibliotecas, apenas para se ter ideia, eram apenas 1.300 em 2003, em um universo de mais de 5.000 cidades brasileiras.
Com estes projetos os resultados já começaram a aparecer. Os brasileiros já estão lendo mais, certamente muito menos do que devemos e precisamos, mas bem mais do que se imaginava. O índice de leitura (no ano 2000, era 1,8 livros/ano entre aqueles com mais de 15 anos e três anos de escolaridade, dobrou no ano de 2008). Hoje já estamos em 4,7 livros/ano. É para comemorar!
Os dados demonstram que com projetos e ações podemos transformar o Brasil em um país de leitores.
Portanto, os governos municipais, estaduais e federal, bem como a iniciativa privada, devem fazer cada um o seu papel e propiciar educação, cultura e entretenimento aos brasileiros. Está nos livros o caminho para um país mais justo e igualitário. Que os deuses da literatura continuem nos abençoando.

*Éber Sander é escritor autor do livro Perguntas Indiscretas www.ebersander.wordpress.com

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