quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Um em cada três gays assume sexualidade antes dos 15 anos

Pesquisa da Secretaria aponta que jovens têm maior dificuldade de falar sobre sua sexualidade diferente da hetero para o pai do que para a mãe

Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde realizada durante a Parada LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) aponta que um em cada três gays assume sua sexualidade diferente da hetero antes dos 15 anos.
Foram ouvidas 211 pessoas entre 10 e 24 anos de idade que participaram do evento, em junho deste ano. Desse total, 31,3% disseram ter assumido a sexualidade diferente da hetero entre os 10 e os 14 anos, 62,8% entre 15 e 19 anos e apenas 5,9% após 20 anos.
O estudo mostrou ainda que 71,1% dos entrevistados tinham assumido sua sexualidade diferente da hetero para a mãe. Os que contaram para o pai representaram 56,8% do total.
Entre as pessoas do sexo masculino, 42% responderam que haviam se relacionado sexualmente com mais de 10 parceiros, e 19,4%, com cinco a nove parceiros. Já entre as mulheres, 35% informaram terem tido relacionamento com mais de 10 parceiros e 30%, com cinco a nove parceiros.
Metade das pessoas ouvidas relatou ser vítima de preconceito, discriminação ou falta de respeito nos serviços de saúde, e 9,95% alegaram falta de atenção, descaso ou desinteresse no atendimento. Entre os entrevistados do sexo feminino, 61,6% vão ao médico preventivamente e, entre os do sexo masculino, 52,2%.
“A rede de saúde precisa acolher esses adolescentes, e não inibi-los, pois a vulnerabilidade pode fazer com que o jovem adote comportamentos de risco. O acompanhamento médico adequado dos jovens deste grupo pode evitar o surgimento ou agravamento de problemas de saúde”, afirma a coordenadora de Saúde do Adolescente da Secretaria, Albertina Duarte Takiuti.
A Secretaria está desenvolvendo programa específico para atendimento de adolescentes LGBTT em todo o Estado. Em novembro deste ano foi realizada uma grande capacitação para cerca de 800 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e dentistas, que trabalham em serviços de saúde voltados a jovens em todo o Estado.
O objetivo da iniciativa é preparar a rede para abordar o adolescente de forma que ele não se sinta discriminado, para que fique à vontade para falar sobre sua conduta sexual ou afetiva, deixando de lado medos e vulnerabilidades que possam levá-lo a comportamentos de riscos à saúde, como o sexo sem preservativo ou abuso de drogas e álcool, por exemplo.
Com base nesse programa, a Opas (Organização Panamericana de Saúde) convidou a Secretaria para colaborar na elaboração de diretrizes que irão nortear o atendimento em saúde de adolescentes e jovens em toda a América Latina.

Secretaria de Estado da Saúde
Assessoria de Imprensa
(11) 3066-8705/ 8701

Nenhum comentário: