Éber Sander
Todos os médicos são unanimes em afirmar que a prática de exercícios físicos faz um bem enorme a qualidade de vida das pessoas. Afirmam inclusive que quem frequenta academia diariamente tem possibilidades de viver mais e melhor. Não discuto isso.
Por três vezes me matriculei em academias de musculação. Por três vezes desisti de continuar. Da primeira vez ainda era um jovem adolescente, precisava impressionar as garotas, a preocupação não era a saúde, somente as garotas.
Frequentei as aulas durante três meses, dia após dia, tudo ia bem até que me senti ficando burro demais. As conversas, as pessoas, o culto ao corpo perfeito em detrimento da mente perfeita estava me deixando angustiado logo no primeiro mês de atividades. Aguentei por mais dois meses.
Cerca de cinco anos se passaram e novamente veio o estalo para voltar à academia, hesitei por alguns instantes, pra dizer a verdade, a hesitação durou alguns meses. Não queria voltar para aquele espaço, os mesmos papos, as mesmas pessoas, mas voltei. Como já tinha tido experiência anterior, fiquei distante de pessoas que não tinham outro papo senão o de vitaminas, anabolizantes, suplementos e outras babozeiras para melhorar e deixar o corpo malhado. Nessa tentativa, consegui ficar por quatro meses, um recorde, mas o mesmo sentimento voltou. A cada peso que levantava era como se meu cérebro diminuísse um pouco. Antes que perdesse o que me restara de massa encefálica, resolvi parar novamente.
Como sou teimoso, mais recentemente voltei à academia pela terceira vez, novo fracasso. Tudo era exatamente igual, ou melhor, pior, na última academia em que fui, colocaram espelhos enormes onde cada um visualizava o outro e todo mundo debochava de todo mundo, em silêncio. Sofria aquele que tinha o corpo franzino e o do não tão franzino assim. Desta vez, aguentei por dois meses.
O termo Academia surgiu na Grécia antiga e não tem absolutamente nada a ver com as academias de hoje em dia, a de antigamente era um lugar aplausível e solitário onde o filósofo Platão pregava os seus ensinamentos. Troquei as horas em que passava fazendo esteira, supino, abdominal e diversas outras atividades cansativas, pela leitura de um bom livro. Se vou ficar mais inteligente eu não sei, mas pelos menos, mais burro eu não fico. E convenhamos, academia por academia, eu prefiro a de letras.
Éber Sander
www.ebersander.wordpress.com
Todos os médicos são unanimes em afirmar que a prática de exercícios físicos faz um bem enorme a qualidade de vida das pessoas. Afirmam inclusive que quem frequenta academia diariamente tem possibilidades de viver mais e melhor. Não discuto isso.
Por três vezes me matriculei em academias de musculação. Por três vezes desisti de continuar. Da primeira vez ainda era um jovem adolescente, precisava impressionar as garotas, a preocupação não era a saúde, somente as garotas.
Frequentei as aulas durante três meses, dia após dia, tudo ia bem até que me senti ficando burro demais. As conversas, as pessoas, o culto ao corpo perfeito em detrimento da mente perfeita estava me deixando angustiado logo no primeiro mês de atividades. Aguentei por mais dois meses.
Cerca de cinco anos se passaram e novamente veio o estalo para voltar à academia, hesitei por alguns instantes, pra dizer a verdade, a hesitação durou alguns meses. Não queria voltar para aquele espaço, os mesmos papos, as mesmas pessoas, mas voltei. Como já tinha tido experiência anterior, fiquei distante de pessoas que não tinham outro papo senão o de vitaminas, anabolizantes, suplementos e outras babozeiras para melhorar e deixar o corpo malhado. Nessa tentativa, consegui ficar por quatro meses, um recorde, mas o mesmo sentimento voltou. A cada peso que levantava era como se meu cérebro diminuísse um pouco. Antes que perdesse o que me restara de massa encefálica, resolvi parar novamente.
Como sou teimoso, mais recentemente voltei à academia pela terceira vez, novo fracasso. Tudo era exatamente igual, ou melhor, pior, na última academia em que fui, colocaram espelhos enormes onde cada um visualizava o outro e todo mundo debochava de todo mundo, em silêncio. Sofria aquele que tinha o corpo franzino e o do não tão franzino assim. Desta vez, aguentei por dois meses.
O termo Academia surgiu na Grécia antiga e não tem absolutamente nada a ver com as academias de hoje em dia, a de antigamente era um lugar aplausível e solitário onde o filósofo Platão pregava os seus ensinamentos. Troquei as horas em que passava fazendo esteira, supino, abdominal e diversas outras atividades cansativas, pela leitura de um bom livro. Se vou ficar mais inteligente eu não sei, mas pelos menos, mais burro eu não fico. E convenhamos, academia por academia, eu prefiro a de letras.
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